Hoje não sei como fiz tudo o que fiz, é incrivel como minhas forças aumentam
de acordo com as dificuldades que aparecem.
Fui para o ponto de ônibus sem um nutriente sequer no estômago, cansada cheguei em casa. Entrando no quarto vi todas as poucas coisas que tenho guardadas em malas, caixas e sacolas.
Mas ainda faltava organizar mais um pouco. Levei as tralhas para o corredor, fiz uma ligação e aguardei a carona para uma nova mudança. Ainda sem ter comido nada, abri a geladeira para um copo de água, observei o litro de vinho que estava a mais de uma semana parado, algumas latas
de cerveja, mas dessa vez eu queria estar sóbria para o que viria a acontecer.
Desci as escadas, desci as tralhas, desci para mais um degrau da minha vida, novamente rejeitada fui para outro canto sobreviver.
Parada em frente a casa, acendi um cigarro e deixei a lágrima escorrer. Lágrimas pretas escorridas do forte lápis de olho dos meus olhos. Respirei e segui.
O que tenho é pouco, mas é MEU. Em qualquer lugar que minhas coisas estiverem, será meu lar.
Nesse momento estou confundindo realidade com ilusão, imaginação, divagação, intuição e muitos 'ãos', mas continuarei a escrita.
O meu santuário é minha cama, luzes apagadas, minhas músicas sendo reproduzidas, ventilador no rosto, e quem sabe um copo cheio do lado.
No momento não posso mais continuar, esse copo além de cheio está envenenado ... vou dormir por um bom tempo.
Antes de me ausentar por horas, ainda me restam forças pra dizer o meu nome, venho falando sobre mim e ainda não te contei. Me chamo Killie.